Governo de SP e Emae realizam operação para aumentar a circulação da água no Pinheiros

Medida visa reduzir o problema da concentração de algas no canal; ação foi iniciada terça-feira (10 de setembro)

O Governo do Estado, por meio do órgão regulador de recursos hídricos do Estado (DAEE), vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), e a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) iniciaram nesta terça-feira (10 de setembro), às 18h, uma operação de bombeamento de água para melhorar a circulação de água do rio Pinheiros, contribuindo assim para a melhoria do canal, inclusive em relação às algas presentes no curso d’água. 

O bombeamento será feito do Canal Inferior para o Canal Superior no Pinheiros, durante o período noturno. “A medida tem como objetivo movimentar a água e melhorar a sua qualidade a partir disso. O Pinheiros é um canal nivelado, e, por causa da pouca declividade, a água se move lentamente. A chuva é essencial para o funcionamento do rio e, como não há chuva, o rio se encontra nesta situação crítica”, explicou o superintendente do DAEE, Anderson Esteves.  

O Rio Pinheiros é dividido em dois canais. O primeiro, chamado de Superior, começa na Usina de Pedreira, próximo à represa Billings, e vai até a Usina São Paulo (antiga Usina da Traição), que fica ao lado da estação Vila Olímpia de trem e no encontro da avenida dos Bandeirantes com a marginal Pinheiros. Já o canal Inferior vai exatamente da Usina São Paulo até o encontro com o rio Tietê, na Estrutura de Retiro (junto ao acesso para a rodovia Castello Branco).  

A operação a ser realizada vai bombear a água do lado inferior do Pinheiros para o canal superior. A água será circulada entre os dois canais, resultando em uma movimentação das águas.  

O estado de São Paulo vive um forte período de estiagem. Desta forma, a vazão que chega ao Pinheiros pelos rios afluentes diminuiu significativamente, favorecendo a eutrofização no canal do rio, ou seja, a proliferação de algas devido às concentrações de nutrientes em relação à falta de circulação de água no rio. 

Sobre a operação  

A ação foi iniciada às 18h desta terça (10) e vai até as 5h de quarta-feira (11). Em seguida, inicia-se o processo de descarga do excesso de água, que será redirecionado de volta ao Canal Inferior com a abertura do sangradouro da estrutura da Usina São Paulo. Essa manobra visa assegurar um equilíbrio no fluxo de água, evitando transtornos e promovendo uma melhor qualidade da água no sistema. Caso efetiva, a medida será repetida a cada dois dias, enquanto durar esse período crítico. 

Programa Integra Tietê  

Para melhorar a qualidade do Rio Tietê e seus afluentes, como o Pinheiros, o Governo de São Paulo lançou, no início de 2023, o programa Integra Tietê. A iniciativa vem implantando uma série de ações de curto, médio e longo prazo, como ampliação do saneamento básico, monitoramento da qualidade da água, desassoreamento e recuperação de fauna e flora. A previsão é que, até 2026, sejam investidos R$ 15,3 bilhões.  

No primeiro ano do programa Integra Tietê, foi feita a maior remoção de resíduos de nos rios Tietê e Pinheiros desde 2015. Foram removidos 1,4 milhão de metros cúbicos de sedimentos, volume equivalente à carga de 99.508 caminhões basculantes. Se esses caminhões fossem enfileirados, ocupariam uma distância de quase 1.000 km – o suficiente para uma viagem de ida entre São Paulo e Brasília.  

No Pinheiros, foi retirado um total recorde de sedimentos do Rio em 2023, o maior volume desde 2012: 443 mil metros cúbicos de materiais, o equivalente a 31.642 caminhões cheios. Em agosto, esse trabalho foi ampliado, com a limpeza em dois trechos do rio Tietê: entre São Paulo e Guarulhos e também no município de Pirapora do Bom Jesus. Serão R$ 233 milhões em novos investimentos. Além disso, mais R$ 79,5 milhões estão sendo aplicados no Pinheiros, com um contrato iniciado em julho que inclui a remoção de 700 mil metros cúbicos de sedimentos (50 mil caminhões basculantes cheios).  

O programa integra ações de diversos órgãos, assim como estimula a atuação dos municípios e da sociedade civil. Outra ação realizada pela Semil é a retirada do lixo superficial (flutuante): foram mais de 21 mil toneladas retiradas por meio de barcos de coleta entre os meses de janeiro e agosto deste ano, um investimento de R$ 36 milhões. No ano de 2023, foram 35,7 toneladas, com investimento de R$ 62,5 milhões. 

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